Uma pesquisa prova que muita pressão
emocional pode piorar as espinhas
Que a acne é uma fonte de stress, já se sabe há muito tempo. Em maior ou menor grau, não há quem não se aborreça quando, às vésperas de uma festa ou de uma reunião importante de negócios, uma espinha pipoca no meio do rosto. Até recentemente, porém, a medicina não havia comprovado a influência do stress sobre a acne. A suspeita dessa relação era fruto do que os médicos observavam no dia-a-dia de seus consultórios. A confirmação de que stress pode, sim, agravar a acne acaba de ser publicada na Archives of Dermatology, a revista de dermatologia da Associação Médica Americana. Pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, acompanharam duas dezenas de estudantes em dois momentos: um mês antes do período de provas e até uma semana depois dos exames. Com idade entre 18 e 41 anos, os universitários já sofriam do problema de pele antes do início da pesquisa médica. O trabalho de Stanford mostrou que, na época de maior stress, as espinhas pioravam.
"Esse estudo dá provas concretas da relação entre os dois eventos", diz o dermatologista Omar Lupi, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Uma das preocupações dos autores do artigo foi descartar variáveis, como a piora na qualidade do sono e mudanças na alimentação – fatores que induzem ao aparecimento da acne. "Com esse cuidado metodológico, a pesquisa ganha credibilidade, apesar do número reduzido de pessoas analisadas", diz Lupi. O que explica a relação entre acne e stress é o desequilíbrio hormonal que decorre da pressão emocional constante. Um dos hormônios produzidos em excesso é o cortisol. Em quantidades acima do normal, ele acelera a produção de sebo pelas glândulas sebáceas e ainda modifica a consistência desse sebo, tornando-o mais grosso. Com isso, as espinhas se agravam. O stress também está associado a inúmeros outros distúrbios, além da acne – de queda de cabelo a hipertensão.
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